Apesar das restrições da ala mais conservadora, o Partido Republicano indicou oficialmente agora há pouco o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney como candidato à Presidência dos Estados Unidos na eleição de 6 de novembro de 2012.
Com a reação conservadora à eleição do primeiro presidente negro da História dos EUA, a oposição marchou para a direita, sob pressão do movimento radical Festa do Chá. Romney está à esquerda do partido, que adota posições extremistas, como condenar o aborto mesmo em caso de estupro.
O deputado Todd Akin, candidato ao Senado, chegou a dizer que a mulher tinha uma maneira de se fechar psicologicamente em casos de estupro, evitando a gravidez. Cerca de 31 mil gravidezes são causadas por ano por estupros nos EUA.
A convenção nacional republicana se realiza nesta semana em Tampa, na Flórida, que está na rota do furacão Isaac, o que resgatou a memória do furacão Katrina. O governo republicano de George W. Bush hesitou no socorro às vítimas. Foi muito criticado por sua péssima administração da tragédia. Além disso, para equilibrar o orçamento, os republicanos querem cortar o orçamento para emergências e desastres naturais.
Ann Romney, a mulher do candidato, tentou humanizar Mitt, considerado um milionário insensível, apresentando-o como um empresário competente que está sendo criticado por seu sucesso. Mas o casal, suspeito de ter dinheiro no exterior, se nega a divulgar suas declarações de renda.
Num discurso vazio mas muito aplaudido por uma plateia de brancos e louros onde era difícil encontrar representantes de qualquer minoria, o governador de Nova Jérsei, Chris Christie, acusou o presidente Barack Obama de "falir os EUA". Ele disse que Romney "saberá dizer as duras verdades que o país precisa ouvir para voltar a crescer".
O fracasso total do último governo republicano, de George W. Bush, é ignorado. A maioria dos americanos culpa mais Bush do que Obama pela pior crise econômica em 70 anos nos EUA, mas entende que o atual presidente poderia ter feito mais.
A maior dúvida é o que Romney fará, se for eleito. Na capa da influente revista inglesa The Economist, a pergunta é quais são as verdadeiras convicções do misterioso candidato republicano. Espera-se que ele dê alguma pista no discurso de aceitação da candidatura.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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