Um dia depois da deserção do primeiro-ministro Riad Hijab, a maior defecção de seu regime em um ano e cinco meses de revolta popular, o ditador Bachar Assad apareceu hoje na televisão estatal da Síria recebendo o enviado especial do Irã Said Jalili. Ele não era visto na TV desde 22 de julho.
Ontem, teria sido um dos dias mais violentos da revolta, com 226 mortes, sendo 147 de civis. Um novo governo se reuniu, sob a chefia do primeiro-ministro interino Omar Ghalawanji.
Assad reagiu à deserção do mais importante membro sunita do governo intensificando o bombardeio a Alepo, principal centro econômico da Síria. Tanques do Exército entraram no bairro de Saladino, dominado pelos rebeldes, que estariam parcialmente cercados e com pouca munição, informa a agência de notícias Reuters. Aviões de guerra também atacaram Alepo.
Numa escala em Beirute, no Líbano, antes de chegar a Damasco, o enviado iraniano defendeu uma solução para o conflito com base em "regras democráticas, sem envio de armas nem derramamento de sangue".
No sábado, os rebeldes sírios capturaram 48 iranianos descritos pelo governo do Irã como "peregrinos". Os rebeldes afirmam que são membros da Guarda Revolucionária Iraniana prontos para entrar em ação ao lado das forças governistas.
A Síria e o Irã acusam os Estados Unidos, a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia de financiar, treinar e armar os rebeldes, que por sua vez denunciam o apoio militar do Irã ao regime ditatorial sírio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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