Como no tempo do regime segregacionista do apartheid, a polícia sul-africana atirou contra uma multidão de mineiros em greve por melhores salários e condições de trabalho, matando pelo menos 34 pessoas e ferindo outras 78, em Rustenburgo, que fica a cerca de 100 quilômetros de Joanesburgo, a maior cidade sul-africana.
Foi o pior massacre desde que a maioria negra chegou ao poder democraticamente com Nelson Mandela, em 1994.
A África do Sul não via matança igual desde o Massacre do Cavalo de Troia, em 15 de outubro de 1985, quando policiais brancos escondidos num caminhão mataram, na Cidade do Cabo, três negros e feriram outros 15 que lembravam os 25 anos do Massacre de Sharpeville, um dos marcos na luta contra discriminação racial.
Depois da matança de 69 negros em Sharpeville, em 1960, o Congresso Nacional Africano (CNA) decidiu entrar na luta armada, o que levou Mandela à clandestinidade e à prisão.
O presidente Jacob Zuma antecipou a volta de uma conferência regional realizada em Moçambique para enfrentar a crise. Ele decretou luto nacional e convocou uma comissão de inquérito.
A polícia acusou os militantes de avançar ameaçadoramente brandindo facões e lanças, informa o jornal The New York Times. Quando o gás lacrimogênio não foi suficiente para dispersar a massa enfurecida, que penetrava nas linhas de defesa da polícia, os agentes receberam ordens para atirar - e atiraram para matar, como em 1960 e 1985.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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