domingo, 5 de agosto de 2012

Síria vira campo de batalha do jihadismo

Pelo menos dez grupos jihadistas aproveitaram a revolta popular para se infiltrar ou se estabelecer na Síria e entrar na luta contra a ditadura de Bachar Assad, tornando-se uma ameaça para o regime e para qualquer futuro governo do país, conclui uma análise do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Universidade de Telavive, em Israel.

Desde janeiro de 2012, 134 bombas caseiras foram detonadas contra as forças de segurança sírias, a maioria por jihadistas com experiência de guerrilha em outros conflitos.

No relatório A Penetração do Islã Radical no Conflito Sírio, Jonathan Robinson, Tal First e Einav Yogev enquandram os grupos de fundamentalistas muçulmanos engajados na luta armada na Síria em três categorias.

Na primeira, estão grupos que apoiam o tráfico de armas e o recrumento de homens para as fileiras rebeldes. Na segunda, estão pequenas células que realizaram pequenos ataques regularmente contra o inimigo. Na terceira categoria, estão os grupos terroristas capazes de realizar grandes ações fora das zonas de combate.

Esses grupos realizaram pelo menos 12 grandes ataques, inclusive com carros-bomba, contra Damasco, Alepo e Idlibe. Entre eles, se destacam duas organizações salafistas sírias, Jabhat al-Nusra e Kataib Ahrar al-Cham, que recebem apoio da rede Al Caeda na Mesopotâmia, instalada no Iraque depois da invasão americana de 2003.

Os jihadistas não têm grande apoio popular dentro da Síria e não criaram laços com o Exército Sírio Livre, a principal força rebelde na luta contra o regime da dinastia Assad. Do exterior, recebem a adesão de voluntários do Egito, do Iraque, da Jordânia e do Kuwait.

Do ponto de vista israelense, o conflito sírio já afetou a rota de suprimento da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), apoiado pela Síria e o Irã. Ao desestabilizar a Síria, o Irã e o Hesbolá, a guerra civil síria beneficia Israel.

Tecnicamente, Israel ainda está em guerra com a Síria, de quem tomou as Colinas do Golã na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou em 1981. Mas a fronteira entre os dois países está em calma há 45 anos. A situação caótica e a emergência de novos grupos radicais anti-israelenses aumenta o risco de ataques na fronteira norte.

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