domingo, 19 de agosto de 2012

Assange denuncia "caça às bruxas" contra o WikiLeaks

Em sua primeira aparição pública desde que recebeu asilo político do Equador, o australiano Julian Assange, fundador do sítio de Internet WikiLeaks, dedicado a denunciar abusos de poder de governos e empresas, pediu o fim da "caça às bruxas" movida pelos Estados Unidos contra sua organização.

Assange teve um pedido da extradição feito pela Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, aceito pela Justiça do Reino Unido. Sem a possibilidade de interpor novos recursos, em 19 de junho de 2012, o australiano pediu asilo político à Embaixada do Equador em Londres. Na semana passada, o governo equatoriano concedeu o asilo.

O fundador do WikiLeaks nega ter cometido agressões sexuais contra duas suecas. Afirma que tudo não passa de uma manobra para extraditá-lo para os EUA, onde há um processo aberto contra ele há um ano e oito meses por roubo e vazamento de mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado.

Por várias vezes, ele pediu garantias ao governo americano de que ele e outros denunciantes de abusos dos poderosos não serão alvo de perseguição e injustiças. O Equador concedeu o asilo alegando que ele poderia ser enviado para os EUA, onde poderia ser levado a um tribunal militar e não teria as garantias necessárias para uma ampla defesa.

Ironicamente, na sua declaração de hoje, Assange, pediu o fim da perseguição a jornalistas no mundo inteiro. Ignorou que o presidente do Equador, Rafael Correa, vive em conflito com os meios de comunicação de massa de seu país e já impôs multas milionárias a empresas e jornalistas, a exemplo do que fazem seus aliados Hugo Chávez, na Venezuela, e Cristina Kirchner, na Argentina.

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