Em sua primeira aparição pública desde que recebeu asilo político do Equador, o australiano Julian Assange, fundador do sítio de Internet WikiLeaks, dedicado a denunciar abusos de poder de governos e empresas, pediu o fim da "caça às bruxas" movida pelos Estados Unidos contra sua organização.
Assange teve um pedido da extradição feito pela Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, aceito pela Justiça do Reino Unido. Sem a possibilidade de interpor novos recursos, em 19 de junho de 2012, o australiano pediu asilo político à Embaixada do Equador em Londres. Na semana passada, o governo equatoriano concedeu o asilo.
O fundador do WikiLeaks nega ter cometido agressões sexuais contra duas suecas. Afirma que tudo não passa de uma manobra para extraditá-lo para os EUA, onde há um processo aberto contra ele há um ano e oito meses por roubo e vazamento de mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado.
Por várias vezes, ele pediu garantias ao governo americano de que ele e outros denunciantes de abusos dos poderosos não serão alvo de perseguição e injustiças. O Equador concedeu o asilo alegando que ele poderia ser enviado para os EUA, onde poderia ser levado a um tribunal militar e não teria as garantias necessárias para uma ampla defesa.
Ironicamente, na sua declaração de hoje, Assange, pediu o fim da perseguição a jornalistas no mundo inteiro. Ignorou que o presidente do Equador, Rafael Correa, vive em conflito com os meios de comunicação de massa de seu país e já impôs multas milionárias a empresas e jornalistas, a exemplo do que fazem seus aliados Hugo Chávez, na Venezuela, e Cristina Kirchner, na Argentina.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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