quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Egito bombardeia jihadistas na Península do Sinai

A Força Aérea do Egito bombardeou hoje a Península do Sinai pela primeira vez desde a Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), em 1973, quando tentou reconquistar o território, ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Os alvos foram extremistas muçulmanos que atacaram um posto de fronteira e mataram 16 soldados egípcios no domingo para invadir Israel. Pelo menos 20 jihadistas teriam sido mortos. Na terça-feira, os islamitas atacaram mais sete postos fronteiriços.

Essas ações teriam sido realizadas em coordenação com militantes palestinos da Faixa de Gaza. O novo governo egípcio, presidido por Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, considerado um grupo islamita moderado, estaria fechando os túneis clandestinos que ligam Gaza ao Sinai para quebrar esse vínculo.

Na terça-feira, Israel entregou às autoridades egípcias os corpos de seis militantes supostamente mortos no ataque ao território israelense, noticiou a agência France Presse.

O presidente Mursi demitiu seu chefe do serviço secreto e pediu ao ministro da Defesa e chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, marechal Mohamed Hussein Tantawi, que nomeie um novo comandante da Polícia Militar, informa o jornal The New York Times.

Mursi cancelou sua participação numa homenagem aos soldados mortos depois que seu primeiro-ministro foi hostilizado por ativistas que responsabilizam a Irmandade Muçulmana pelos ataques.

Com seu fanatismo, os jihadistas conseguiram aproximar o novo governo egípcio dos interesses israelenses. Para recuperar o Sinai depois da derrota na guerra de 1973, o então presidente Anuar Sadat rompeu a aliança com a União Soviética, que impedira o Exército de Israel de destruir o III Exército do Egito, se aproximou dos EUA e visitou Israel em 1977.

Sadat pagou com a vida. Em 6 de outubro de 1981, durante uma cerimônia para lembrar o início da guerra de 1973, ele foi metralhado por extremistas muçulmanos que não aceitavam a paz com Israel. Os salafistas, grupo político mais ligado aos assassinos de Sadat, conseguiram 29% nas primeiras eleições parlamentares livres da História do Egito.

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