Quando os serviços secretos dos Estados Unidos fazem relatórios sobre o programa nuclear do Irã, devem estar bem informados. Logo depois de chegar à Casa Branca, em 2009, o presidente Barack Obama ordenou secretamente ataques cibernéticos sofisticados contra as instalações atômicas iranianas para impedir o país de fazer a bomba atômica. É a primeira guerra cibernética dos EUA.
Na segunda-feira passada, um relatório de uma empresa de segurança de computadores da Rússia, a Kasperky, revelou a existência de um vírus ultrassofisticado chamado Chama (Flame, em inglês), um programa-espião capaz de registrar tudo o que é teclado num computador, inclusive senhas, páginas visitadas e até mesmo ligações telefônicas via Internet. O Irã reconheceu ter sido atacado e suspeita de Israel.
Tudo indica que os vírus usados nesta guerra foram desenvolvidos em conjunto pelos EUA e Israel.
Obama acelerou uma operação iniciada no Governo George W. Bush (2001-9). A estratégia esteve ameaçada quando o vírus Stuxnet, criado para perturbar o sistema de controle de enriquecimento de urânio, vazou na central nuclear de Natanz, em 2010, e se espalhou na Internet.
Naquele momento, em reunião do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Obama chegou a perguntar: "Devemos acabar com esse programa?", reporta o jornal The New York Times, que
O último ataque, depois do vazamento, deixou cerca de mil das 5 mil centrífugas do programa nuclear iraniano fora de combate durante meses, lembra o jornal The New York Times, em reportagem baseada no livro Confrontar e Esconder: as guerras secretas de Obama e o uso surpreendente do pover americano, que está sendo lançado nos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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