Num sinal do aumento da concentração de riqueza em escala global, o mercado de artigos de alto luxo - que inclui iates, jatinhos, carrões, roupas de grife, joias raras, obras de arte, spas e viagens espetaculares - deve movimentar neste ano US$ 1,5 trilhão. É o equivalente ao produto interno bruto da Austrália ou da Espanha.
Com a crise econômica mundial, um dos poucos segmentos do mercado consumidor em expansão é o dos artigos e produtos de alto luxo, especialmente em mercados emergentes como o Brasil e a China, onde os ricos querem ostentar sua prosperidade crescente.
O mercado de safáris avançou 50% mais do que o de artigos de luxo neste ano. A expectativa do Boston Consulting Group (BCG), que estudou esse mercado, é de uma expansão de 7% neste ano, uma desaceleração em relação aos 12% registrados nos dois anos anteriores, bem acima da expectativa de crescimento mundial para este ano, de 3,5%.
"A desigualdade de renda está crescendo, o que é ruim, mais o resultado é que há mais milionários a cada ano", observou Jean-Marc Bellaiche, co-autor do relatório. Eles representam 45% do mercado de luxo.
Mesmo a China, o país que mais cresceu nas últimas décadas, sofre o impacto da crise econômica internacional. Já tem uma fatia de 12% do mercado de luxo e só tende a aumentar sua participação.
Pelos cálculos do BCG, a alta classe média chinesa vai se triplicar, chegando a 140 milhões de pessoas. Cerca de 330 cidades chinesas terão renda média por habitante superior à que Xangai, a cidade mais rica do país, tem agora. Na visão de Bellaiche, citado pelo jornal inglês Financial Times, "Xangai é hoje uma cidade de tanto luxo quanto Londres e Nova York".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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