O primeiro-ministro Silvio Berlusconi prometeu renunciar assim que o Congresso aprovar a nova proposta orçamentária, informou agora há pouco a Presidência da Itália, o que pode acontecer na próxima segunda-feira, mas pode demorar até um mês.
Berlusconi conseguiu aprovar uma proposta hoje à tarde com os votos de 308 deputados, com 321 abstenções.
A votação era vista como um voto de confiança no chefe do governo italiano. Como ele não obteve a maioria absoluta de 316 deputados, a pressão se tornou irresistível.
Sob pressão de escândalos sexuais e de corrupção, o homem mais rico da Itália se tornou um líder fraco, sem a autoridade necessária para implementar as profundas reformas necessárias para que a terceira maior economia da Zona do Euro supere a crise de uma dívida estimada em 120% do produto interno bruto.
A partir de agora, o presidente Giorgio Napolitano deve receber os líderes dos partidos representados no Congresso para discutir o que fazer daqui para a frente.
Por uma ironia da História, Berlusconi é um resultado da Operação Mãos Limpas, que combateu a corrupção de 1992 a 1994 e acabou com a Democracia Cristã, que dominava a política italiana desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
No vácuo deixado pelo desaparecimento do grande partido de centro-direita, para impedir que a esquerda governasse o país, entrou o homem mais rico da Itália, Silvio Berlusconi, já naquela época acusado de corrupção.
Em aliança com os neofascistas, que não tinham voltado ao poder no pós-guerra, e do movimento separatista Liga Norte, Berlusconi foi eleito três vezes primeiro-ministro da Itália, apesar de todos os escândalos e falcatruas de que é acusado.
Se perder a imunidade parlamentar, terá de enfrentar quatro processos, além do que já responde por prostituição de menores.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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