A China não será inevitavelmente um país inimigo dos Estados Unidos, afirmou hoje o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), almirante Michael Hayden, em palestra na Universidade Estadual do Kansas.
O diretor de serviço de espionagem da Presidência dos EUA falou sobre o que considera os maiores desafios ao país: a explosão demográfica, o crescente poderio econômico chinês e a relação difícil com a Europa.
Haydn previu um aumento de 45% na população mundial para cerca de 9 bilhões de pessoas até a metade do século 21, mas observou que parte desse crescimento vai acontecer em países da África, da Ásia e do Oriente Médio que não terão condições de sustentar populações maiores. Serão focos de crises.
Na visão do diretor da CIA, haverá migrações em massa para países ricos e um esgotamento de recursos. Esses dois fatores vão aumentar o risco de violência, agitação política e extremismo.
A China vai competir econômica e politicamente com os EUA. Mas isso não implica necessariamente que os dois países serão inimigos. O regime comunista chinês está modernizando suas Forças Armadas, desenvolvendo a capacidade de .
"Se a China começar a aceitar maior responsabilidade pela saúde do sistema internacional - como devem ter todas as potências globais -, continuaremos pelo caminho construtivo, ainda que competitivo", declarou o almirante.
O mundo mudou com o fim da Guerra Fria. Para Haydn, a aliança com a Europa perdeu o sentido que tinha "numa época em que os EUA dominavam o mundo política, econômica e militarmente".
As diferenças estão no combate ao terrorismo e na guerra do Iraque, ainda que neste caso a posição da ala liberal do Partido Democrata esteja mais próxima da européia. Na opinião de Haydn, "a Europa sentem a ameaça do terrorismo; os EUA estão em guerra contra o terrorismo". Para a Europa, é uma "questão interna, de segurança pública", um caso de polícia.
"Neste novo século, o mundo será muito mais complexo, e a capacidade de influenciar de outros Estados nacionais e de atores não-estatais vai crescer".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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