O ministro da Economia da Argentina, Martín Lousteau, caiu nesta sexta-feira depois de ocupar o cargo por apenas quatro meses.
Lousteau foi muito atacado durante a recente greve dos produres rurais, que bloqueou estradas e provocou o desabastecimento nas grandes cidades.
Foi ele que introduzou a nova alíquota do imposto sobre exportações, no caso da soja de 35% para 44%, o que deflagrou a crise. Também entrou em conflito com ministros que a presidente Cristina Kirchner herdou do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, e, o final das contas, com o próprio Kirchner e seu modelo econômico.
Os líderes da oposição acusaram Néstor de continuar mandando na economia argentina muito além do seu mandato de presidente, expirado em 10 de dezembro de 2007.
Na semana passada, Lousteau apresentou um plano contra a inflação com cortes de gastos, equilíbrio fiscal, manutenção de taxa de câmbio do peso e medidas para atrair investimentos. A presidente o teria rejeitado.
O governo anterior foi acusado de manipular os índices de inflação para eleger Cristina. A manipulação continuaria. Em províncias que não estão sob controle do kirchnerismo, a inflação real seria de 20%.
Néstor Kirchner assumiu ontem a presidência do Partido Justicialista (peronista) e criticou as tentativas de esfriar a economia argentina. Às 22h30, Lousteau anunciou sua saída.
"Era um ministro fraco, que nunca teve nenhum poder", comentou um argentino entrevistado na rua pela televisão estrangeira.
Foi-se o ministro para ficar o modelo econômico que deve ser um orgulho de Kirchner.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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