Diante da onda de protestos contra a China que impediu o revezamento da tocha da Olimpíada de Beijim em Londres e Paris, o Comitê Olímpico Internacional ameaça suspender o roteiro internacional, levando a chama olímpica diretamente para a China.
O presidente do COI, o francês Jacques Rogge, estava hoje na capital chinesa em reunião de emergência com as autoridades chinesas, que culparam a França pelos problemas ocorridos em Paris, onde a chama olímpica foi apagada quatro vezes.
Rogge pediu mais respeito à tocha, que descreveu como "um símbolo da união entre os povos". Já o presidente do Comitê Olímpico da Grécia declarou que "a tocha olímpica é sagrada".
Para os manifestantes, sagrados são os direitos humanos que o regime comunista chinês viola cotidianamente. Só no ano passado, cerca de 6 mil pessoas foram executadas na China. O país tem 14 mil presos políticos.
A maioria dos protestos é contra a ocupação chinesa do Tibete. Isso levou o ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, a fazer novo apelo ao governo da China para que inicie negociações com o Dalai Lama, líder político e espiritual do Tibete, o que é altamente improvável dada a natureza ditatorial do regime chinês.
Hoje a tocha chegou a São Francisco da Califórnia, única cidade americana incluída no revezamento. Antes mesmo da chegada, monges budistas tibetanos realizaram protestos que culminaram com uma revoada de pombos para simbolizar a liberdade.
Durante a noite, a chama olímpica está guardada em lugar secreto. Assim que sair às ruas amanhã será alvo de novos protestos.
Por tudo isso, o jornal The South China Morning Post, de Hong Kong, anunciou hoje em manchete que o revezamento da tocha pode ser cancelado. O presidente do COI negou isso, mas a informação foi atribuída a seu vice-presidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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