A Sérvia assinou hoje um Acordo de Associação com a União Européia, apesar de sua recusa em aceitar a independência do Kossovo, reconhecida por diversos países europeus.
É o início de um processo de adesão que pode ser freado pelas eleições legislativas de 11 de maio. Os partidos que não querem se aproximar da Europa devem obter maioria no Parlamento.
O ultranacionalista Partido Radical Sérvio, obteve surpreendentes 48,7% no segundo turno da última eleição presidencial, e o primeiro-ministro Vojislav Kostunica rompeu a aliança com o presidente Boris Tadic e convocou eleições antecipadas porque a questão do Kossovo rachou a coligação de governo.
Tadic foi pessoalmente a Luxemburgo para a assinatura do acordo com a UE. Kostunica promete derrubá-lo, se ganhar as eleições. O primeiro-ministro entende que o Kossovo é inegociável, é uma questão de soberania nacional. Isto pode lhe dar a vitória nas urnas.
Mas o risco é, como advertiu um jornal de Belgrado logo após a independência do Kossovo, que a Sérvia perca os dois: Kossovo e a Europa. Talvez por isso, o presidente Tadic tenha resolvido se antecipar e firmar o acordo com a UE antes das eleições apostando que seus adversários políticos não terão coragem para interromper o processo de integração da Sérvia à UE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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