Apesar das pressões da oposição, o presidente George Walker Bush aceitou a recomendanção do comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, general David Petraeus, e suspendeu a retirada das tropas americanas a partir de julho. Quando seu sucessor assumir, em 20 de janeiro de 2009, receberá como herança 140 mil soldados americanos no Iraque e uma guerra sem fim.
Em seu estilo de não admitir erros, apesar da sucessão de fracassos de seus dois governos, Bush declarou que os EUA retomaram a iniciativa da guerra no Iraque por causa da nova estratégia de reforço de tropas anunciada por ele há um ano e três meses: "Houve uma redução da violência sectária e atacamos os refúgios dos terroristas. Há uma mobilização crescente contra Al Caeda. Novas empresas estão se abrindo. Os governos municipais estão se organizando."
Bush apontou a retomada na produção de petróleo pelo Iraque aos níveis anteriores à invasão e os indicadores do país como um todo como prova da recuperação do país.
Para o presidente americano, há "três grandes desafios": a rede terrorista Al Caeda, o Irã e a reconciliação nacional dos iraquianos.
O reforço das tropas americanas, com o envio de mais 30 mil soldados no ano passado, marcou "uma mudança estratégica", afirmou Bush. "Retomamos a iniciativa. Hoje, estamos enfrentando insurgentes. Al Caeda está em fuga. Não temos a perspectiva do fracasso. Renasceu a expectativa de sucesso. Estamos na ofensiva, operando todas as noites".
Sair do Iraque e deixar o novo governo iraquiano se defendendo sozinho seria arriscado, argumenta o presidente: "Eles ainda precisam da nossa ajuda. Vamos manter o apoio ao governo do Iraque. Fizemos progressos significativos. Estamos no caminho certo."
A economia está em recuperação, assegura Bush: "Os EUA não estão mais pagando pela reconstrução, e o Iraque está pagando a maior parte das despesas com a Polícia e o Exército. Na frente política, as tribos estão reconstruindo a estrutura política.
Na frente diplomática, "o mundo precisa aumentar suas relações com o Iraque", pede Bush. "O general David Petraeus e o embaixador Ryan Crocker vão à Arábia Saudita, iniciando um giro pela região. Estamos incentivando os países vizinhos a reabrirem suas embaixadas. O Irã tem de fazer uma escolha: viver em paz ou o terrorismo."
Pela avaliação do presidente, os EUA estão avançado no Iraque nos setores de segurança, economia, política e diplomacia.
Depois de admitir que as Forças Armadas dos EUA estão estressadas, Bush falou que "o recrutamento continua forte. Uma derrota vai deprimir as Forças ".
Em seguida, pediu mais dinheiro ao Congresso alegando que o gasto militar total dos EUA "não é muito alto, apenas 4% do orçamento contra 13% durante a Segunda Guerra Mundial e 6% nos governos de Ronald Reagan (1981-89), no final da Guerra Fria, modesto em comparação com a riqueza da nossa nação."
Foram guerras muito mais importantes porque o poder no mundo estava em jogo. "Hoje eles atacam nosso território", comparou Bush. Só que Ossama ben Laden e Al Caeda não têm condições de derrotar os EUA estrategicamente, embora possam produzir grandes estrados.
Além disso, Al Caeda não estava no Iraque de Saddam Hussein. Chegou no vácuo de poder criado com o colapso do antigo regime.
"No Iraque, há uma convergência da Al Caeda com o Irã", continuou Bush. "Sair do Iraque serio um trunfo de propaganda de grandes proporções para os radicais muçulmanos. O Irã certamente vai tirar proveito, assim como os Talebã no Afeganistão e Al Caeda no Paquistão. Reforçaria a imagem de que nos retiramos, como no Vietnã e na Somália", apontado-os como fracassos.
Por fim, Bush insistiu que "uma retirada prematura do Iraque aumentaria o risco de novos ataques contra o território americano. Uma vitória no Iraque será um golpe no terrorismo. O povo rejeita os extremistas da Al Caeda e do Irã. É uma virada, uma conquista brilhante".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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