Cinco anos após a queda de Saddam Hussein, completados na quarta-feira, 9 de abril, os Estados Unidos estão presos num atoleiro no Iraque. Os três candidatos à Casa Branca gostariam de retirar os soldados americanos porque a guerra é impopular, mas o comandante militar americano no Iraque adverte que a situação é "frágil e reversível". Sair do Iraque poderia transformar o país num campo de batalha entre sunitas, inclusive os extremistas da rede Al Caeda, e xiitas apoiados pelo Irã.
A guerra, que seria vencida rapidamente por US$ 40 bilhões, com a reconstrução sendo financiada pelo petróleo iraquiano, teve seu custo estimado em US$ 3 trilhões pelo economista, ex-vice-presidente do Banco Mundial e ganhador do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
Pior do que uma ditadura como a de Saddam, é uma situação de total anarquia, de colapso do Estado e desintegração da lei e da ordem, o que leva a uma guerra de todos contra todos. É o resultado concreto da intervenção militar que o presidente George W. Bush declarou vitoriosa em 1º de maio de 2003, em triunfo, a bordo de um porta-aviões americano.
Ao interrogar o general David Petraeus no Congresso dos EUA, a senadora Hillary Clinton afirmou que o governo Bush sempre diz que está ganhando a guerra e que a vitória está na próxima esquina. Mas a guerra nunca chega ao fim.
Com a queda de Saddam, os EUA ganharam a guerra. Mas não souberam conquistar a paz. O general Colin Powell, na época secretário de Estado, advertiu. Com a derrubada do regime, os EUA seriam responsáveis por um país com 25 milhões de habitantes.
O governo Bush não tinha a menor idéia do que faria com o Iraque. Destruiu a máquina do Estado de Saddam e não construiu outra. Este é o primeiro fracasso. Com a estratégia de uma ofensiva rápida com um exército pequeno, o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, invadiu o Iraque com cerca de 300 mil homens, um contingente incapaz de policiar um país.
Pela total incapacidade dos EUA de governar um país árabe e de reconstruir o país, ou sequer de fazer o papel de polícia, o Iraque virou um caos, um país poroso por onde se infiltrou uma teia de grupos fundamentalistas muçulmano, o que não haveria na era Saddam.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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