O Partido Socialista francês está preparando uma nova "declaração de princípios" para o século 21 que o afasta do radicalismo socialista revolucionário para uma linha reformista.
Pela primeira vez, não se fala em luta de classes nem a palavra revolução.
A meta do socialismo é "a emancipação completa do ser humano e a proteção do planeta". Os socialistas rejeitam a idéia de que uma nação pode ser "uma justaposição de comunidades". Descrevem-na como "um contrato entre cidadãos livres e responsáveis".
O PS defende uma "economia social e ecológica de mercado regulada pelos poderes públicos e os interlocutores sociais". E assume definitivamente seu caráter "reformista", abandonando o recurso à revolução e à luta armada para chegar ao poder.
Este documento, de 21 pontos, está sendo elaborado por uma comissão presidida por Alain Bergounioux, secretário de Estudos do PS. Será submetido aos militantes através da estrutura regional e municipal do partido para ser aprovado em convenção nacional no próximo 14 de junho.
É o início da renovação dos socialistas franceses. Em breve, eles terão de escolher um novo líder para presidir a mudança e levá-los de volta ao poder.
A candidata derrotada pelo presidente Nicolas Sarkozy, Ségolène Royal, é forte candidata, assim como o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, a ex-ministra Martine Aubry, que propôs a jornada semanal de trabalho de 35 horas, e até mesmo o atual líder, François Hollande, ex-marido de Ségolène.
Ségolène acredita que precisa do controle do partido para destronar Sarkozy em 2012. Afinal, o atual presidente começou a reta final de sua marcha para o Palácio do Eliseu assumindo o controle da União pelo Movimento Popular, partido gaulista criado pelo então presidente Jacques Chirac.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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