Com 90% dos votos apurados, a senadora Hillary Clinton batia o senador Barack Obama por 55% a 45% na eleição primária do estado da Pensilvânia garantindo a vitória. Mas a atual vantagem não tira de Obama a liderança geral da disputa pela candidatura do Partido Democrata.
No discurso da vitória, Hillary acaba de declarar que não desiste porque "o povo americano não desiste nunca, então precisa de uma presidente que também não desiste". Racional mas bem mais diplomática, a senadora tenta se apresentar como mais madura, inteligente e capaz do que Obama, com propostas políticas claramente definidas, em contraste com os admiráveis discursos do adversário.
"A maré está mudando", afirmou Hillary, com a confiança renovada.
Em um tom mais presidencial, como se estivesse mais perto da candidatura, ela prometeu estar sempre ao lado do trabalhador de baixa renda - policiais, enfermeiros, professores, operários -, agradeceu à família Clinton (Bill e Chelsea estão lá) e cutucou Obama, dizendo que o senador por Illinois gastou três vezes mais do que ela na Pensilvânia, quebrando "todas as regras sobre finanças eleitorais".
A campanha de Hillary está devendo US$ 8 milhões, enquanto Obama arrecada mais de US$ 1 milhão por dia na Internet.
Se alguém está preocupado com o tom agressivo da disputa entre os democratas, o que acaba favorecendo o Partido Republicano, Hillary observa que as pressões na Casa Branca são muito maiores, numa estratégia calculada para apresentar Obama como fraco para ser presidente dos EUA.
O desafio de Hillary, que talvez tenha obtido hoje sua última vitória, é convencer os superdelegados de que é a melhor candidata para enfrentar John McCain em 4 de novembro.
Pelas pesquisas de boca-de-urna, a maior preocupação do eleitorado da Pensilvânia é a economia. Hillary tem vantagem sobre Obama entre os trabalhadores brancos sindicalizados, uma das bases do Partido Democrata.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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