Em sessão a portas fechadas, a Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, apresentou ontem ao Congresso supostas provas de que a Síria estava construindo uma instalação nuclear onde seria instalado um reator importado da Coréia do Norte. Israel destruiu a usina atômica com um bombardeio aéreo em 6 de setembro de 2007.
"Há muito tempo, estamos seriamente preocupados com o programa de armas nucleares da Coréia do Norte e a suas atividades na proliferação nuclear", declarou em nota a Casa Branca. "A cooperação nuclear clandestina da Coréia do Norte com a China é uma perigosa manifestação destas atividades."
O problema é que o governo George Walker Bush sabia disso há muito tempo, desde antes do ataque israelense. Por que só agora teria dado destaque à notícia?
Em parte, para pressionar a Coréia do Norte, que se nega a revelar toda a extensão de seu programa nuclear, como exigem os EUA com base no acordo para desativar o programa de armas atômicas norte-coreano.
Certamente é uma advertência ao Irã, que acaba de anunciar a instalação de mais 6 mil centrífugas nos seus centros de enriquecimento de urânio.
Mas o momento coincide com uma visita a Damasco do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com uma proposta de paz israelense à Síria. Tanto o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, quanto o presidente sírio, Bachar Assad, mostraram nos últimos dias interesse em retomar as negociações de paz (veja abaixo).
Os falcões do governo Bush preferem a guerra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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