O líder político e espiritual do Tibete, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, pediu ontem à China para "aceitar a realidade e encontrar uma solução dentro da realidade. Em qualquer crise, eles só usam a repressão violenta, que é um método antiquado". Ele acusou a falta de liberdade de expressão na China pelo conflito no Tibete.
Em entrevista no Japão, antes de embarcar para os Estados Unidos, o Dalai Lama denunciou "centenas de mortes e milhares de prisões no Tibete" desde que começaram os protestos, em 10 de março".
Mais adiante, defendeu a liberdade de expressão: "A manifestação não-violenta por pura motivação política não pode ser descrita como criminosa. É preciso fazer uma distinção e juristas respeitáveis devem investigar".
Voltou a defender a realização da Olimpíada em Beijim e a exigir autonomia para o Tibete, que oficialmente é uma região autônoma da China.
"Autonomia? É só uma palavra", respondeu o Dalai Lama. "Não é sinceramente implentada. Por isso, os tibetanos de diferentes regiões estão ressentidos. Então essa crise é a expressão do seu profundo ressentimento. Estão querendo genuína autonomia, não independência."
Sobre os Jogos, o deus-rei tibetano foi mais uma vez conciliador: "Apóio a China como sede do maior evento esportivo do mundo porque é a mais populosa e a mais antiga nação do mundo. O povo chinês merece organizar os jogos Olímpicos. Apesar dos acontecimentos desafortunados recentes no Tibete, minha posição não mudou."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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