sexta-feira, 4 de abril de 2008

FARC só libertam reféns em troca de presos

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia só vão libertar reféns em troca de guerrilheiros presos, advertiu ontem o porta-voz Rodrigo Granda, no primeiro pronunciamento de um chefe da guerrilha depois do envio da equipe médica francesa que pretende socorrer a ex-senadora Ingrid Betancourt.

"Só como conseqüência de uma troca de prisioneiros saíram livres os que estão cativos em nossos acampamentos", alertou Granda em mensagem distribuída pela Agência Bolivarista de Notícias, ligada ao governo da Venezuela.

"Não é admissível que nos peçam mais gestos de paz quando, depois de tantas mostras de nossa vontade política de encontrar saídas para o conflito, nos respondem com infâmias e maledicência", acrescentou.

Além de socorrer a ex-senadora e ex-candidata à Presidência, seqüestrada em 2002, quando fazia campanha eleitoral contra a guerrilha, a missão humanitária francesa pretende libertá-la. Mas outra agência de notícias ligada às FARC considerou ingenuidade do presidente da França, Nicolas Sarkozy, mandar o avião com médicos e diplomatas sem obter autorização da guerrilha para encontrar Ingrid.

"Muitos pedem a libertação dos 'seqüestrados', mas se esquecem que os nossos, os filhos dos pobres que lutam como combatentes no exército do povo em busca da justiça social, estão em piores condições que os prisioneiros nas mãos das FARC", pretextou Granda.

Em tom intimidatório, o líder terrorista ameaçou: "Que ninguém pose de inocente porque todos os cativos são responsáveis por atiçar a guerra. De Ingrid em diante, e vale dizer que nenhum deles está em piores condições do que Simón Trinidad ou Sonia". Ambos foram extraditados para os EUA e condenados pela Justiça americana.

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