Com o claro objetivo de silenciá-lo, a ditadura comunista da China deu um prazo de duas semanas para o principal artista plástico do país, Ai Weiwei, pagar US$ 2,4 milhões em impostos supostamente sonegados.
"Isto é ridículo", protestou. "Não é a maneira como uma grande potência deve tratar seus cidadãos."
Ai é um dos principais dissidentes políticos chineses. Como arquiteto, participou do projeto do Ninho do Pássaro, o estádio espetacular onde foi aberta e encerrada a Olimpíada de Beijim, em 2008.
No fim do ano passado, foi proibido de sair do país porque as autoridades temiam que ele fosse à cerimônia de premiação do ganhador do Prêmio Nobel 2010 receber a homenagem pelo dissidente Liu Xiaobo, que estava preso e continua preso até hoje.
Em abril, Ai foi preso no aeroporto de Beijim quando tentava sair da China. "A polícia me advertiu que não faz sentido argumentar com o Estado. Se você estiver certo, o Estado estará errado e isso não pode acontecer", disse o artista, citado pelo jornal The New York Times.
Ficou três meses na cadeia, sob a acusação de sonegar de impostos. Saiu com o compromisso de não falar publicamente. A conta chegou agora.
Desde o início das revoluções democráticas no mundo árabe, o regime comunista chinês aumentou a censura e a repressão aos dissidentes, temendo movimentos semelhantes no país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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