Mas os jovens que lembram o movimento
antiglobalização que tentou impedir a reunião da Organização Mundial do
Comércio (OMC) em Seattle, nos Estados Unidos, em 1999, marcaram nova marcha
para quarta-feira.
Essa onda de protestos foi articulada via Internet
para lutar contra o poder das grandes corporações, especialmente do setor
financeiro. Tem paralelo nas manifestações dos "indignados" que
denunciam em vários países da Europa a erosão do poder democrático e popular em
sociedades cada vez mais governadas pelo capital financeiro.
Quando o setor financeiro esteve à beira do colapso
e ameaçava arrastar o resto do mundo, em setembro de 2008, trilhões de dólares
foram mobilizados para salvar bancos e seguradoras falidas. A conta foi
repassada aos governos, que enfrentam uma crise de dívidas públicas.
Ao mesmo tempo, o avanço na regulamentação para
controlar os excessos do setor financeiro foi mínimo, os bancos americanos
voltaram a ter lucros formidáveis e a distribuir bônus milionários a seus
superfuncionários.
A sensação de jovens desempregados e sem
perspectiva de um futuro melhor só pode ser de descrença e impotência. Neste
sentido, pode-se traçar um paralelo com as revoltas no mundo árabe, que
começaram como protestos contra a carestia, o custo de vida e a corrupção de
governos incompetentes e incapazes de resolver os problemas do cotidiano de
suas populações.
Ambos movimentos são frutos da crise econômica internacional de 2008-9 e
da sensação de impotência dos jovens diante das forças que governam o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário