sexta-feira, 6 de maio de 2016

Rapper angolano Luaty Beirão inicia nova greve de fome

O rapper e ativista pela democracia Luaty Beirão, preso político condenado a cinco anos e seis meses por "atos preparatórios de rebelião e associação da malfeitores" por lutar contra a ditadura de José Eduardo dos Santos, iniciou ontem uma nova greve de fome em protesto contra sua transferência forçada para o Hospital São Paulo, em Luanda.

Luaty Beirão e outros 16 ativistas foram presos quando discutiam, em junho de 2015, um capítulo do livro Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar uma Nova Ditadura: filosofia política da libertação para Angola, do acadêmico Domingos da Cruz.

Doze dos 16 condenados, inclusive Nélson Dibango, Albano Evaristo Bingo Bingo e Luaty Beirão, rejeitaram a transferência para o hospital-prisão: "Eu não quero ir para um sítio só porque supostamente tem melhores condições para nós quando a maior parte dos reclusos vive encarcerada em condições precárias", declarou Beirão em seu perfil no Facebook, citado pelo jornal português Público.

Com a recusa, o rapper luso-angolano foi levado à força na quarta-feira da cadeia de Viana para o hospital, informaram parentes de Beirão: "Disseram-nos que ele não quer receber ninguém e que está nu. Não aceitou receber comida e está deitado no chão. Não sabemos de mais pormenores."

Em entrevista à Rede Angola, a mulher dele, Mónica Beirão, confirmou que o músico não quer falar com ninguém. O porta-voz oficial dos serviços prisionais angolanos, Menezes Cassoma, justificou a transferência alegando que os presos políticos reclamavam das condições da prisão de Viana. Não confirmou nem a nudez nem a greve de fome.

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