Dois grandes comboios de caminhões com ajuda humanitária destinada à cidade de Alepo, no Noroeste da Síria, estão parados na fronteira com a Turquia por causa do desentendimento entre a ditadura de Bachar Assad e os rebeldes. Eles exigem garantias de segurança para realizar a viagem, informou hoje a agência Reuters.
Cada comboio tem cerca de 20 caminhões. Eles cruzaram ontem a fronteira perto da cidade turca de Cilvegozu, mas não se consideram seguros para ir em frente. Representantes das Nações Unidas lamentaram que a ajuda humanitária para populações desesperadas seja objeto de disputa política, mas assim é a brutal guerra civil na Síria.
A ditadura síria exige que ONU precisa de sua aprovação para entregar ajuda humanitária. É uma manobra para tentar tirar os rebeldes de áreas estratégicas, especialmente do Leste da cidade de Alepo.
Com o cessar-fogo em vigor desde o pôr do sol de 12 de setembro, o número de novas vítimas caiu drasticamente, mas a ONU estima que centenas de milhares de sírios que vivem em áreas sitiadas precisam com urgência de comida e assistência médica.
Além da ajuda humanitária, a trégua de uma semana anunciada na sexta-feira passada pela Rússia e os Estados Unidos visa a criar as condições mínimas para o reinício das negociações de paz, mas analistas internacionais observam que Washington se rendeu à exigência de Moscou de que o ditador continue no poder indefinidamente durante um mal definido "período de transição". Dificilmente os rebeldes vão aceitar isso.
O cessar-fogo pode ser apenas uma oportunidade para cada lado reagrupar suas forças.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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