Cerca de 1,5 milhões de muçulmanos de 180 países participam da peregrinação anual à cidade sagrada de Meca, realizada em 2016 de 9 a 14 de setembro. A maior preocupação das autoridades da Arábia Saudita é evitar tumultos e correrias como os que esmagaram, sufocaram e causaram a morte de pelo menos 2.236 peregrinos no ano passado.
Peregrinar a Meca pelo menos uma vez na vida é obrigação de todo muçulmano que tiver condições financeiras e de saúde para fazer isso. As outras são: crer que Alá é o único deus e Maomé seu profeta; rezar cinco vezes por dia voltado para Meca; fazer caridade; e jejuar durante o dia no mês sagrado do Ramadã.
A peregrinação anual a Meca é em princípio uma maneira de dar unidade à umma, o conjunto de todos os muçulmanos, mas às vezes serve para aprofundar as divisões.
Há hoje uma crescente rivalidade entre a Arábia Saudita, sunita, e o Irã, xiita, que alimenta os conflitos sectários entre as duas correntes do islamismo no Bahrein, no Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen.
No fim de semana passado, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou as autoridades sauditas de "homicídio" por causa da morte de 474 iranianos atropelados e sufocados em meio ao tumulto.
A resposta veio nesta semana. O Grande Múfti, a maior autoridade no direito islâmico na Arábia Saudita, declarou que os iranianos não são muçulmanos, são "filhos de Mago", numa referência ao zoroastrismo, uma religião anterior ao Islã praticada no Irã.
A meta das autoridades sauditas é aumentar o número de peregrinos em 13% ao ano até chegar a 2,5 milhões em 2020. Quando a família real saudita assumiu o controle das cidades sagradas de Meca e Medina, depois da dissolução do Império Otomano, no fim da Primeira Guerra Mundial, a Grande Mesquita de Meca tinha capacidade para 50 mil pessoas. Com a ampliação, hoje cabem um milhão de pessoas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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