Depois de anos questionando se o presidente Barack Obama nasceu realmente nos Estados Unidos, numa declaração de 28 segundos, o candidato do Partido Republicano à Casa Branca, o magnata imobiliário Donald Trump, finalmente reconheceu que Obama é americano.
Obama nasceu em Honolulu, no Havaí, filho de pai queniano e mãe americana. Sua mãe se separou, casou de novo e foi morar na Indonésia, onde o atual presidente foi criado até 11 anos de idade.
Quando ele foi eleito, movimentos radicais de direita levantaram a suspeita de que o primeiro presidente negro, com visões políticas liberais e um nome muçulmano, Barack Hussein Obama, seria na verdade estrangeiro.
Em 2004, quando Obama disputava uma cadeira no Senado pelo estado de Illinois, seu oponente Andy Martin acusou-o de ser um muçulmano educado numa escola religiosa na Indonésia. Nem a apresentação da certidão de nascimento calou o boato, intensificado durante a campanha eleitoral de 2008.
Quando os republicanos conquistaram a maioria na Câmara dos Representantes, deputados de mais de dez estados apresentaram projetos para exigir que candidatos à Presidência dos EUA apresentassem prova de nacionalidade.
Naquela época, Trump alimentou a suspeita afirmando que seus advogados estavam investigando no Havaí a validade da certidão de nascimento do presidente. Ao mesmo tempo, ascendia o movimento radical de direita Festa do Chá, que faz oposição sistemática ao presidente negro, numa atitude racista.
A questão ressurgiu na atual campanha eleitoral. Há poucos dias, em entrevista ao jornal The Washington Post, Trump se negou a responder uma pergunta sobre o nacionalidade de Obama. Ontem à noite, "para evitar o desvio de foco de temas centrais da campanha", partidários de Trump disseram que ele reconhece que o presidente nasceu nos EUA.
Faltava ouvir a declaração pela boca do próprio candidato. Em vários momentos da campanha, Trump deixou claro que só ele é porta-voz de si mesmo. A fala veio lacônica. Em apenas 28 segundos, o bilionário afirmou que o Obama nasceu nos EUA, acusou sua adversária Hillary Clinton de ter levantado a dúvida e disse que ele encerrou o assunto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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