A acusação acontece no dia de abertura da reunião anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Vientiane, no Laos, onde a China é observadora, representada pelo primeiro-ministro Li Keqiang.
Nas fotos, há navios e outros equipamentos de dragagem e construção no banco de areia de Scarborough, do qual afloram apenas rochedos, indicando que estão prestes a entrar em atividade.
O regime comunista chinês nega estar construindo mais ilhas artificiais como fez em recifes, atóis e outras áreas do Mar do Sul da China, que disputa com Brunei, as Filipinas, a Malásia, Taiwan e o Vietnã. A China fez pistas de pouso e hangares reforçados para abrigar aviões de guerra. Deixou claro que pode usar a força para impor suas reivindicações.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, ilhas dão direito a um mar
O mapa chinês |
Em 12 de julho de 2016, a pedido das Filipinas, a Corte Permanente de Arbitragem, um tribunal internacional com sede em Haia, na Holanda decidiu que a China não tem os "direitos históricos" reivindicados com base num mapa conhecido como a "linha de nove traços", que lhe daria 90% do Mar do Sul da China.
O tribunal esclareceu ainda que não iria tomar decisões sobre soberania e limites das águas territoriais dos dois países.
O governo chinês ignorou o resultado do julgamento, enquanto as Filipinas preferem usá-lo como instrumento de barganha em negociações com Beijim. Para início de conversa, a China exige que as Filipinas desconheçam a decisão do tribunal de arbitragem.
As pressões da China sobre as Filipinas estariam por trás da incontinência verbal do novo presidente filipino, Rodrigo Duterte, que chamou o presidente Barack Obama de "filho da puta" numa língua local, dizendo que não aceitaria críticas dos Estados Unidos, antiga potência colonial, em relação à sua guerra contra as drogas. Em dois meses, mais de 2,4 mil pessoas foram mortas.
Obama cancelou o encontro. Isso complica a política dos EUA na Ásia, onde é única potência capaz de contrabalançar o crescente poderio militar chinês. Navios de guerra americanos têm cruzado os mares disputados para reafirmar o direito de navegação em águas internacionais.
Estão em jogo especialmente os recursos naturais do Mar do Sul da China, que inclui reservas estimadas em 7,7 bilhões de barris de petróleo e 266 trilhões de metros cúbicos de gás natural, e pescado em abundância.
Em volume, mais de 50% das mercadorias exportadas no mundo passam pelos estreitos de Málaca, Sunda e Lombok. É a segunda rota mais movimentada do comércio internacional.
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