Em decisão histórica, o Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou hoje pela primeira vez um acusado de crimes contra o patrimônio histórico, artístico e cultural da humanidade.
O jihadista arrependido Ahmad al-Faki al-Mahdi foi condenado a nove anos de prisão por destruir mausoléus e a porta de uma mesquita do século 14 no Mali, um país do Leste da África.
"Considerando especialmente sua participação direta em numerosos incidentes e seu papel de porta-voz" de grupos extremistas muçulmanos que ocuparam o Norte do Mali em 2012, o júri presidido pelo juiz Raul Pangalangan o declarou culpado.
De 30 de junho a 11 de julho de 2012, Al-Mahdi liderou ataques contra nove mausoléus e contra a porta da mesquita de Sidi Yahia. O salafismo, a base ideológica da "guerra santa islâmica", considera idolatria qualquer obra de arte que tenha imagens de homens e animais, assim como a veneração de mortos, daí a destruição dos túmulos sufistas.
Timbuktu era um importante centro comercial na rota das caravanas que circulavam entre o Egito e o Golfo da Guiné. Tem uma das mais importantes bibliotecas da Idade Média, manuscritos que foram ameaçados pelos jihadistas que dominaram o Norte do Mali até uma intervenção militar da França no início de 2013.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário