Centenas de milhares de pessoas tomaram ontem ruas do centro da capital da Venezuela para exigir da Comissão Nacional Eleitoral a convocação de um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro em meio à pior crise econômica da história recente do país.
Se a consulta popular for realizada até 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, haverá nova eleição presidencial na Venezuela. Se for depois desta data, assume o vice-presidente, que não é eleito diretamente, mas nomeado pelo presidente.
As oposições insistem na realização imediata do referendo revogatório, introduzido pelo então presidente Hugo Chávez como um avanço na Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Chávez sobreviveu a um em 2004 com 59% dos votos. Na época, a situação econômica era muito melhor e ela havia sido vítima de uma golpe de Estado fracassado em abril de 2002.
Hoje, com recessão prevista para 8%, inflação rumo a 720% ao ano e desabastecimento de 80% dos produtos básicos, além de um índice de homicídios de zonas de guerra, Maduro está totalmente acuado, tem apenas 22% de popularidade e ao que tudo indica seria derrotado. Daí a importância de ganhar tempo para evitar nova eleição.
Nos últimos dias, Maduro consultou a Corte Suprema, totalmente alinhada com o regime chavista, sobre a possibilidade de suspender a imunidade parlamentar dos deputados da Assembleia Nacional, onde a oposição tem maioria absoluta desde as eleições de dezembro de 2015.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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