Ao chegar hoje a Vientiane para a reunião de cúpula anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Barack Obama tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar o Laos, um dos países bombardeados durante a Guerra do Vietnã.
Durante a guerra, o Laos foi o país mais bombardeado do mundo por número de habitantes. Foram mais de 270 milhões de bombas para destruir a chamada Trilha de Ho Chi Minh, usada pelo Vietnã do Norte para apoiar os guerrilheiros comunistas, os vietcongues, que lutavam contra os EUA e o regime fantoche do Vietnã do Sul, uma ditadura militar incapaz de manter o controle sobre seu território sem a intervenção militar americana.
Obama prometeu uma ajuda de US$ 90 milhões em três anos para desativar bombas que não explodiram e até hoje são uma ameaça aos laosianos. O Laos tem 20 mil vítimas de bombas que não explodiram na hora do ataque
Com uma ditadura militar comunista de partido único, o Laos, de 6,8 milhões de habitantes, é considerado o país mais fechado do mundo depois da Coreia do Norte, outro reduto de um stalinismo anacrônico.
O regime ensaia uma abertura econômica no estilo da China e do Vietnã prometendo transformar o Laos numa "usina do Sudeste Asiático" com a exploração da energia hidrelétrica do Rio Mekong, sob protesto do Camboja e do Vietnã. Os países vizinhos temem sérias consequências ecológicas e econômicas, como a queda na produção de pescado e da oferta de água para a irrigação das lavouras de arroz do Vietnã.
Em 2014, o produto interno bruto laosiano foi estimado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em US$ 11,7 bilhões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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