A Itália convocou para 4 de dezembro de 2016 um referendo para aprovar uma reforma constitucional destinada a facilitar a formação de governos e reduzir os custos da máquina do Estado.
Uma derrota provavelmente levará à queda do primeiro-ministro esquerdista Matteo Renzi, que chegou ao poder em fevereiro de 2014 sem vencer uma eleição como líder do Partido Democrático.
Se aprovada, a reforma vai diminuir o número de cadeira no Senado e reduzir o papel da câmara alta no processo legislativo, aumentando o poder da Câmara dos Deputados, e transferir mais poderes das regiões para o governo central.
Renzi não teve alternativas. A reforma não obteve os dois terços de votos do Congresso necessários à mudança na Constituição sem uma consulta popular.
Da maneira como a questão foi apresentada, a votação será também um plebiscito sobre seu governo, que não conseguiu recuperar a economia da Itália, a quarta maior da Europa e oitava do mundo, à frente do Brasil, com produto interno bruto de US$ 1,85 trilhão, que atualmente está estagnada.
Em pesquisa recente 35,5% declararam a intenção de votar contra e 29,6% a favor da reforma, com 35% de indecisos.
O governo conta com a divisão interna no Movimento 5 Estrelas, do humorista Beppe Grillo, de oposição aos partidos políticos tradicionais, o partido mais votado individualmente nas últimas eleições nacionais na Itália.
Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas, foi eleita prefeita de Roma em junho, batendo o candidato do Partido Democrático, de Renzi. Até agora, não conseguiu articular uma maioria para governar.
Mesmo se a reforma constitucional for rejeitada, os deputados podem tentar formar um novo governo sem a realização de novas eleições. No momento, as pesquisas dão 31,2% de preferências para o PD, de Renzi, e 29,5% para o M5E. Para Renzi, a aposta é vencer o referendo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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