Depois de um atentado a bomba que matou 14 pessoas no fim de semana em sua terra natal, Davao, o presidente Rodrigo Duterte declarou "estado de ilegalidade" nas Filipinas. A medida deixa o país à beira da lei marcial.
Duterte foi eleito em maio de 2016 com um discurso populista prometendo linha dura no combate ao crime e à corrupção. Seu chefe de polícia mandou os usuários de drogas tocarem fogo nas casas dos traficantes, alegando que viciados são vítimas.
O presidente das Filipinas esclareceu que o "estado de ilegalidade" lhe dá plenos poderes para convocar as Forças Armadas: "Estou convidando as Forças Armadas os militares e a Polícia para governarem o país de acordo com minhas especificações." Ele prometeu instalar "muitos postos de controle".
Cerca de 2 mil pessoas morreram na guerra contra as drogas, criticada pelas Nações Unidas e por várias organizações não governamentais por atropelar as garantias fundamentais de um Estado de Direito.
O atentado terrorista foi atribuído à milícia extremista muçulmana liderada por Abu Sayyaf, que atua na ilha de Mindanao, no Sul do país.
As Filipinas viveram longo tempo sob lei marcial durante a ditadura de Ferdinand Marcos (1865-86), derrubado em fevereiro de 1986 na revolta popular que levou Corazón Aquino ao poder. O pai de Duterte foi ministro de Marcos e agora quer reabilitar o ditador para reenterrá-lo no Cemitério dos Heróis, em Manila.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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