O partido anti-imigrantes Alternativa para a Alemanha (AfD) tornou-se o primeiro a vencer a União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, pela direita. Nas eleições de domingo no estado de Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, a AfD obteve 20,8% dos votos contra 19% para a CDU.
A vitória ficou com o Partido Social-Democrata (SPD), com queda de 35,6% para 30,6% em relação às eleições anteriores no estado da antiga Alemanha Oriental, que tem o menor eleitorado do país, apenas cerca de 1,6 milhão de eleitores. O SPD deve manter a grande aliança com a CDU que já domina o governo federal alemão.
Com apenas três anos de idade, o desempenho da AfD típico do voto de protesto: roubou votos de todos os partidos da ultradireita à extrema esquerda e mobilizou mais eleitores, diminuindo a abstenção.
A maior consolação foi que o Partido Nacional da Alemanha, de inspiração neonazista, não atingiu o mínimo de 5% dos votos e ficou fora de Assembleia Legislativa de Meclemburgo-Pomerânia Ocidental. Os Verdes também não superaram a cláusula de barreira.
"Daqui para a frente, a Alemanha tem o que não tinha desde o fim da Segunda Guerra Mundial", em 1945, lamentou o jornal Die Welt.
O estado recebeu apenas 23 mil refugiados. Mesmo assim, o tema central foi a rejeição à política braços abertos para refugiados adotada por Merkel, que resolveu honrar a tradição alemã e europeia de oferecer asilo a refugiados. Esse repúdio não deve mudar antes das eleições federais de 2017.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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