O regime comunista da Coreia do Norte realizou hoje seu quinto teste nuclear, o segundo do ano e o maior até hoje. Também realizou vários testes de mísseis desde o início do ano, deixando claro que pretende desenvolver uma capacidade de dissuasão nuclear para garantir sua sobrevivência.
Por volta das 22h30 da noite de ontem pela hora de Brasília, os sismógrafos registraram um abalo de 5,3 pontos na escala Richter na base militar de Punggye-ri, o local de explosões atômicas experimentais da ditadura da Pionguiangue. Horas depois, a televisão estatal confirmou a explosão de 10 quilotons, equivalente a 10 toneladas de dinamite.
A experiência nuclear aconteceu no feriado que marca o aniversário de fundação República Popular Democrática, em 1948, na metade norte da Península da Coreia, tomada pelo Exército Vermelho no fim da Segunda Guerra Mundial por ordem do ditador Josef Stalin, da União Soviética.
O Japão e a Coreia do Sul protestaram. Durante a reunião de cúpula anual da Associação Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, denunciou o teste nuclear como "absolutamente inaceitável" e uma grave violação de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Desde seu primeiro teste nuclear, em 2006, a Coreia do Norte está submetida a sanções da ONU. Isso não a impediu de realizar testes em 2009 e 2013, acelerando seu programa de armas atômicas em 2016.
A presidente da Coreia do Sul Park Geun Hye chamou de mais uma mostra da "imprudência maníaca" do ditador norte-coreano, Park Jong Un.
Maior aliada da Coreia do Norte, a China condenou o teste e pediu calma na região. O regime comunista chinês está preocupado com a instalação de um sistema de defesa antimísseis a ser desenvolvido pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul em território sul-coreano. Beijim teme que isso dê uma vantagem estratégica aos EUA em caso de um conflito futuro entre as duas superpotências.
Desde o desaparecimento da URSS, em 1991, a última ditadura stalinista sobrevivente no mundo faz uma chantagem nuclear para barganhar energia e alimentos em troca de ajuda para seu regime economicamente inviável. Agora, parece determinado a fazer um míssil nuclear capaz de atingir a costa oeste dos Estados Unidos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário