O economista francês Thomas Piketty, autor do livro O Capital no Século 21, um dos grandes sucessos editoriais do ano passado, rejeitou uma homenagem que o tornaria Cavaleiro da Legião de Honra.
Em entrevista à Agência France Presse (AFP), Piketty declarou que o governo "deveria se concentrar na retomada do crescimento na França e na Europa", em vez de "decidir quem merece honrarias".
No livro, o economista critica a tese da mão invisível lançada pelo pai da economista política, Adam Smith, pela qual com o tempo o mercado corrigiria naturalmente suas distorções. Usando bases de dados sobre crescimento da renda e da riqueza em mais de 20 países nos últimos três séculos, Piketty concluiu que inevitavelmente a economia de mercado leva à concentração na riqueza.
Piketty alega que a renda do capital, lucros, juros e aluguéis, cresce mais depressa do que a renda do trabalho. Assim, em condições normais de funcionamento do mercado, os ricos tendem a ficar mais ricos, embora haja exceções, como é o caso de pequenos empresários que produzam inovações que levem a uma grande concentração de capital, como se vê hoje com a tecnologia da informação.
Quando o mercado funciona, algumas pessoas e empresas têm mais sucesso, ganham mais dinheiro e se tornam mais ricas do que as outras. A única maneira de combater a desigualdade, na visão de Piketty, é cobrando impostos sobre o capital, sobre grandes fortunas e heranças para aumentar a igualdade de oportunidades.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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