Cerca de 260 milícias criadas por orientação do falecido presidente Hugo Chávez para defender a Revolução Bolivarista na Venezuela se negaram a aceitar uma ordem do presidente Nicolás Maduro para se desarmar, declarou um porta-voz dos chamados "coletivos", reportou a agência de notícias France Presse (AFP).
Na definição de Chávez, os coletivos são "o braço armado da Revolução Bolivarista", algo como os Comitê de Defesa da Revolução de Cuba, só que com fuzis de assalto, granadas de mão e submetralhadoras. São a tropa de choque do regime chavista. Foram reforçados depois do golpe contra Chávez, em 2002.
Com um índice oficial de 53,7 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2012 (extraoficialmente seriam 79), a Venezuela é o segundo país mais violento do mundo fora de zonas de guerras, atrás apenas de Honduras, com 90,4. O índice civilizado é de no máximo 10. O Brasil registrou naquele ano 25,2 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
Diante desse horror que atormenta a vida cotidiana de todos os venezuelanos, do assassinato de uma ex-Miss Venezuela e de um jovem deputado do partido do governo, sob pressão das Forças Armadas, o inacreditável Maduro resolveu desarmar os coletivas.
As milícias alegaram que são grupos pacíficos de defesa da revolução e desafiaram o governo a desarmar as gangues do crimes organizado, ignorando a autoridade de Maduro, que enfrenta uma grave crise econômica com inflação de 70% ao ano e desabastecimento, agravada por uma queda nos preços do petróleo, principal riqueza da Venezuela.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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