quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Empresa faz acordo com herdeiros de Marley para promover maconha

CAMBRIDGE-MA, EUA - Uma empresa de investimentos privados de Seattle que está investindo na indústria da maconha, legalizada no estados do Alasca, do Colorado e de Washington, nos Estados Unidos, e no Uruguai, fechou um acordo com os herdeiros de Bob Marley para transformar o rei do reggae no seu garoto-propaganda, informa o jornal Financial Times.

O mercado negro da droga movimentou US$ 40 bilhões em 2010, estima o centro de pesquisas Rand Corporation. Neste ano, a expectativa é que o mercado legal fature US$ 2,6 bilhões.

"A pergunta que nos fazemos há quatro anos e meio é: que cara vai ter a primeira marca global deste setor?", declarou o diretor-executivo da empresa Privateer Holdings, Brendan Kennedy, que levantou US$ 22 milhões para investimentos no setor e pretende conseguir mais US$ 50 milhões ainda neste ano. "Se procurarmos na história pela pessoa mais associada a este produto, é Bob Marley. Ele tem alcance global."

Marley morreu de câncer em 1981 sem que a doença tenha sido associada ao consumo da droga. Seu prestígio como ídolo e ícone da cultura alternativa não diminuiu desde então. No ano passado, seus herdeiros ganharam US$ 20 milhões.

Quinto colocado na lista da revista Forbes das celebridades mortas que continuam gerando fortunas, Marley fica atrás dos campeões Michael Jackson e Elvis Presley. Supera John Lennon e Marilyn Monroe. Seu álbum Legend, lançado em 1984, foi o quinto mais vendido da lista da revista Billboard em setembro.

Sua filha Cedella Marley defendeu o negócio alegando que Marley sempre foi a favor da legalização e da justiça social: "As opiniões sobre a maconha estão mudando. As pessoas estão reconhecendo os benefícios da erva. Nosso pai liderou esse debate, então é natural que faça parte dele hoje."

A empresa Marley Natural deve começar a vender seus produtos em 2015, incluindo cremes e produtos para a pele, cachimbos e narguilés "baseados nas preferências de Bob", anunciou Kennedy. Ele está de olho nos mercados dos estados americanos que liberaram o uso recreativo ou medicinal da maconha e em países como o Canadá, a Espanha, a Holanda, Israel e o Uruguai.

"Vamos isso como um produto de grande aceitação, consumido pelas pessoas ao redor do mundo", acrescentou o investidor. "Todo o mundo tem algum Bob Marley entre suas músicas favoritas."

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