terça-feira, 11 de novembro de 2014

Presidente da Nigéria é candidato à reeleição

Apesar da inação e da incompetência do governo no combate à milícia terrorista Boko Haram, o presidente Goodluck Jonathan anunciou hoje a intenção de concorrer a um novo mandato como presidente da Nigéria em 2015, revelou a agência de notícias Reuters.

Jonathan, um cristão sulista, foi indicado pelo Partido Popular Democrático como vice-presidente de Umaru Yar'Adua, um muçulmano nortista, numa composição para manter o equilíbrio político interno entre regiões e religiões. Ele assumiu a presidência em 2010, quando Yar'Adua morreu do coração.

Reeleito em 2011, Jonathan deveria dar lugar a um muçulmano do Norte da Nigéria, a região mais atingida pela insurreição muçulmana do grupo Boko Haram, que significa "não à educação ocidental". Com base neste princípio absurdo, um terrorista suicida atacou ontem uma escola na cidade de Potiskum, no estado de Yobe, uma das regiões de maior atividade da milícia, matando 48 pessoas.

A Nigéria, país mais rico e mais populoso da África, conseguiu conter a epidemia de ebola, mostrando ter um sistema de saúde bem equipado e um bom sistema de comunicação pública para alertar a população e rastraer possíveis contaminados. Por outro lado, fracassa totalmente na luta contra o terrorismo muçulmano.

Há sete meses, mais de 200 meninas foram raptadas num ataque a outra escola do Nordeste do país. O governo chegou a anunciar um acordo de cessar-fogo e a libertação das meninas, mas o Boko Haram desmentiu, declarando que todas se converteram ao islamismo e se casaram, o que pode configurar um crime de guerra.

Alguns observadores da política nigeriana entendem que um presidente muçulmano teria mais autoridade moral para enfrentar a milícia. Se Jonathan conquistar mais um mandato, os nortistas e muçulmanos vão se sentir alienados do processo político.

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