Cerca de 88% dos jovens que fumam maconha no Reino Unido não sabem, mas um cigarro da droga ilegal é 20 vezes mais cancerígeno do que um de tabaco, adverte uma pesquisa divulgada hoje considerada "alarmante" pela Fundação Britânica do Pulmão.
Mais de um terço dos jovens de menos de 24 anos usam a droga na Grã-Bretanha e na Irlanda do Norte. A maioria acredita que a maconha é menos prejudicial à saúde do que o tabaco, ignorando os problemas cardíacos, respiratórios e psiquiátricos.
"A nova pesquisa continua a revelar as múltiplas consequências para saúde de fumar maconha, mas ainda existe uma perigosa falta de consciência do público sobre quão prejudical esta droga pode ser", declarou a diretora executiva da fundação, Helena Shovelton. Ela é a favor de campanha de saúde pública para "acabar com o mito de que a maconha é um passatempo sadio".
O maior risco associado à maconha está relacionado à maneira como a droga é fumada. Uma tragada de maconha é mais longa e mais profunda. De acordo com a pesquisa, a cada baforada um maconheiro inala quatro vezes mais alcatrão e cinco vezes mais gás carbônico do que um tabagista.
Nas últimas duas décadas, a concentração do tetrahidrocanabinol (THC), o princípio ativo da maconha, dobrou, observa a pesquisa. A substância aumenta o risco de ataques cardíacos e deprime o sistema imunológico. O relatório também manifesta preocupação com os efeitos sobre a saúde mental, especialmente em pessoas com tendência à esquizofrenia.
A maioria dos usuários larga a maconha na faixa dos 30 anos, evitando assim a longa exposição aos agentes cancerígenos necessária para o desenvolvimento da doença. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e na Suécia com mais de 100 mil pessoas não detectaram aumento da mortalidade atribuído à maconha.
Como o uso da droga se popularizou nos anos 60, será preciso esperar pelo envelhecimento desses usuários para se ter uma noção mais clara dos efeitos de longo prazo da maconha, informa o jornal inglês The Independent.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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