Ativistas políticos chineses e grupos de defesa dos direitos humanos não acreditam que o regime comunista da China cumpra o acordo feito com os Estados Unidos para que o dissidente Chen Guangcheng saísse hoje da embaixada americana em Beijim, onde estava refugiado há seis dias, depois de fugir da prisão domiciliar.
Chen foi levado para um hospital com a promessa das autoridades chinesas de que seria bem tratado. A amigos que estiveram com ele, Chen teria revelado que se entregou depois de ameaças de que sua mulher seria espancada até a morte. Também teria sido pressionado a deixar a China.
Nas redes sociais da Internet chinesa, é grande o ceticismo quanto à intenção do governo de cumprir o acordo e à capacidade dos EUA de exigir seu cumprimento, noticia o jornal The Washington Post.
Há uma grande indignação dos dissidentes, que acreditam que os EUA queriam se livrar de Chen antes de mais uma rodada do diálogo estratégico entre os dois países, marcada para amanhã na capital chinesa, com a participação do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e da secretária de Estado, Hillary Clinton, que chegou hoje a Beijim.
Ao noticiar o caso pela primeira vez, a televisão estatal da China acusou os EUA de interferência indevida nos assuntos internos chineses e exigiu desculpas oficiais.
Em conversa telefônica com Hillary, Chen teria mandado um beijo à secretária de Estado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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