A tortura não acabou oficialmente até a posse do presidente Barack Obama, em 20 de janeiro de 2009. Obama arquivou a expressão "guerra contra o terror" e revogou as medidas que permitiam a tortura como heranças malditas de Bush. Passou a encarar a luta contra o terrorismo com operações policiais e de comandos de elite das Forças Armadas, e bombardeios com aviões não tripulados.
Mary Ellen O'Connell |
Obama adotou uma política de "assassinatos seletivos", a exemplo do que faz Israel desde 1950, escolhendo a dedo os principais inimigos para eliminar, como aconteceu com o líder histórico do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), xeque Ahmed Yassin, em março de 2004.
O serviço secreto israelense chegou a envenenar seu sucessor, Khaled Mechal. Foi obrigado a revelar qual o veneno e o antídoto sob pressão da Jordânia, que ameaçou romper o acordo de paz com Israel.
Desde a posse de Obama, os EUA mataram mais de 2,2 mil pessoas em operações policiais e de comandos na luta contra o terrorismo, inclusive seu maior inimigo, Ossama ben Laden, morto em 1º de maio de 2011 pela tropa de elite da Marinha conhecida com Seals (Focas).
A maioria morreu em ataques de aviões não tripulados, especialmente em regiões tribais do Noroeste do Paquistão e no Afeganistão. Quando Ben Laden foi morto, o governo americano alegou que era um inimigo que havia declarado guerra aos EUA. Assim, seria legítimo matá-lo em combate, sem necessidade de prendê-lo e levá a um tribunal que seria uma tribuna para pregação de sua ideologia assassina.
Nada indica que tenha havido combate na morte de Ben Laden. O debate sobre a legalidade da ação ainda está em aberto. Num bombardeio com aviões não tripulados, em 30 de setembro de 2011, morreu Anwar al-Awlaki, um americano convertido ao fundamentalismo muçulmano que liderava a rede terrorista Al Caeda no Iêmen.
Com a morte de um americano, a discussão voltou, mas Al-Awlaki era um jihadista, o inimigo execrado dos EUA. Não deve aparecer muita gente para defendê-lo na campanha eleitoral americana. Obama manteve a política de assassinatos seletivos.
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