Dois anos depois do terremoto de 7 graus na escala Richter que matou cerca de 220 mil pessoas e arrasou a capital do Haiti, Porto Príncipe, meio milhão de pessoas ainda vivem em acampamentos improvisados. Pouco resultado se vê dos US$ 10 bilhões de dólares prometidos pelas Nações Unidas para reconstruir o país mais pobre da América.
Em entrevista à TV americana CNN, o presidente Michel Martelly garantiu que até o fim do ano terá removido todos os desalojados das ruas da capital, colocando-os em residências seguras. Mas os problemas começam no desgoverno do Haiti.
Martelly tomou posse em maio de 2011, depois de meses de recursos e impugnações ao resultado do primeiro turno da eleição presidencial, realizado em novembro de 2010. Ele declarou na época que "o país está aberto para negócios".
Mas, com um sistema político inoperante e a infraestrutura arrasada, o interesse dos investidores é escasso.
Para o presidente da Federação dos Arquitetos de Emergências, Patrick Coulombel, "estamos a caminho de reconstruir as favelas do Haiti". Em entrevista ao jornal francês Libération para marcar o aniversário do terremoto de 12 de janeiro de 2010, ele critica a lentidão em reconstruir o país e a incompetência das organizações internacionais.
Quando entrevistei o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, para a TV Brasil, perguntei se mais uma vez a sociedade internacional iria abandonar o Haiti. Ele sorriu com descrença e assegurou que desta vez o dinheiro seria realmente empregado e o país teria uma chance de se integrar ao mundo moderno.
O Haiti ainda está longe de romper o ciclio de violência e miséria que o atormenta ao longo de sua história.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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