Dezenas de milhares de egípcios se concentram hoje na Praça da Libertação, no centro do Cairo, para marcar o primeiro aniversário do início da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011 num misto de ansiedade e decepção.
Ontem, o comandante do Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, marechal Mohamed Tantawi, anunciou a suspensão parcial do estado de emergência em vigor desde o assassinato do presidente Anuar Sadat, em 6 de outubro de 1981. Disse que só será aplicado contra "criminosos agressivos", sem explicar claramente o que isso significa.
A pressão da massa é pelo fim do estado de emergência, a queda da junta militar que governa o Egito desde a saída de Mubarak e sua responsabilização por mais de 80 mortes registradas em confrontos com as forças de segurança desde outubro de 2011.
O estado de exceção foi imposto para lutar contra os extremistas que mataram Sadat. Eles estão de volta com a força do voto.
Nas primeiras eleições democráticas da História do Egito, os partidos religiosos conquistaram dois terços das cadeiras no parlamento. É um sinal de que a maioria dos 80 milhões de egípcios, que vive no interior do país, tem ideias muito diferentes sobre democracia do que os jovens ligados na Internet que lideraram a mobilização contra a ditadura.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário