Apesar dos protestos da Turquia, por 127 a 86, o Senado da França aprovou ontem uma lei que considera crime negar a ocorrência de genocídios, inclusive o dos armênios, massacrados pelos turcos em 1915-16, durante a Primeira Guerra Mundial.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que a decisão é "incompreensível" e prometeu "tomar medidas" contra, da anunciada suspensão da cooperação militar entre os dois países ao rompimento total das relações diplomáticas, informa o jornal francês Le Monde.
Na Turquia, a simples menção de que houve um genocídio é considerada crime. O escritor Orhan Pamuk, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, foi multado em março passado em US$ 3.670 por acusar o país de "matar 30 mil curdos e um milhão de armênios".
A Turquia alega que menos de 500 mil armênios morreram por causa da guerra e da fome, uma de suas consequências. Estima-se que pelo menos 1,5 milhão tenham sido mortos pelo Império Otomano.
Para o ministro do Exterior turco, Ahmet Davutoglu, citado pelo jornal The New York Times, "se cada parlamento tomar decisões com base em sua visão da História, uma nova era de Inquisição será aberta na Europa".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário