O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, reagiu com indignação ontem a uma proposta da Alemanha para que a Comissão Europeia passe a controlar o orçamento do país, em troca da liberação de um novo pacote de ajuda de 130 bilhões de euros. Para o ministro, o país será obrigado a escolher entre "ajuda financeira" e "dignidade nacional".
A Grécia enfrenta ainda uma dura negociação com os credores privados para reduzir sua dívida pública para 120% do produto interno bruto até 2020. De acordo com o jornal inglês Financial Times, a última proposta implica uma perda de até 70% para os credores privados.
Também não houve acordo sobre como será coberto o déficit orçamentário grego, que cresceu com a recessão que atinge o país há três anos, reduzindo a arrecadação de impostos. Serão necessárias novas medidas de austeridade, cortes de gastos e aumentos de impostos, ou novos empréstimos dos sócios europeus ou do Banco Central da Europa.
Tudo isso precisa ser resolvido até 20 de março, quando vencem títulos gregos no valor de 14,4 bilhões de euros. Se isso acontecer, a Grécia será o primeiro país rico a calotear suas dívidas em 60 anos.
A proposta alemã, revelada pelo FT, previa que o governo grego pague todas as suas obrigações antes de realizar as despesas normais de governo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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