Quase um ano depois que os problemas da Grécia deflagraram a crise das dívidas públicas na Zona do Euro, os 27 líderes dos países da União Europeia estão reunidos hoje em Bruxelas, na Bélgica, na busca de uma fórmula para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos, sufocados ainda mais pelos cortes de gastos e aumentos de impostos para equilibrar as finanças públicas.
Depois de muita hesitação e de uma ênfase tenaz da Alemanha na disciplina fiscal, os líderes europeus perceberam que medidas de austeridade não serão suficientes para debelar a crise. Trazem o risco de uma recessão e de mais desemprego, capazes de jogar as economias do continente numa espiral descendente e de minar o apoio político aos planos de ajuste.
Sem a expectativa de um estímulo fiscal que só poderia ver da Alemanha, que se recusa a fazê-lo sob a alegação de que não pode premiar a indisciplina e a incompetência de seus parceiros europeus, a UE discute reformas estruturais e um uso mais eficiente dos subsídios comunitários.
No momento em que o produto interno bruto dos Estados Unidos volta ao nível pré-recessão, a UE ainda está 2% abaixo do valor anterior à crise; a Espanha e o Reino Unido, 4%; a Itália, 5%; a Grécia, 10%; e a Irlanda, 15%.
Com o setor privado enfraquecido e mesmo a economia mais equilibrada, a Alemanha, que teve déficit de apenas 1% do PIB em 2011, cortando gastos públicos, o desafio é combinar disciplina fiscal com crescimento e geração de empregos.
Está claro que só disciplina fiscal não basta. O crescimento é fundamental para que os países consigam honrar suas dívidas. A questão, observa o jornal The New York Times, é como fazer.
O Fundo Monetário Internacional manifestou preocupação com a economia mundial, já que tantos países estão cortando gastos ao mesmo tempo, o que diminui a demanda agregada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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