quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Obama anuncia agência para comércio desleal

Ao lançar suas ideias para o debate político e econômico deste ano eleitoral no Discurso sobre o Estado da União no Congresso dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama prometeu criar uma agência para para monitorar "práticas de comércio desleais de países como a China", e advertiu o Irã mais uma vez de que não poderá fazer armas nucleares.

No plano econômico interno, Obama defendeu sua atuação no combate à crise e um país com "oportunidades iguais para todos", criticando a postura da oposição republicana, que se recusa a aumentar impostos para os ricos.

O presidente começou lembrando que não há mais soldados americanos em guerra no Iraque e que, "depois de duas décadas, Ossama ben Laden não é mais uma ameaça a este país". Elogiou as Forças Armadas como exemplo de americanos que conquistam vitórias trabalhando juntos, em contraste com um Congresso profundamente dividido.

Ao falar da crise, alegou que seu Programa de Recuperação e Reinvestimento de US$ 787 bilhões ajudou a evitar um desemprego ainda maior e rejeitou as políticas neoliberais causadoras da Grande Recessão de 2008-9.

"Quero uma recuperação baseada na indústria manufatureira", disse Obama, citando como exemplo a General Motors, que voltou a ser a maior fábrica de automóveis do mundo no ano passado. "Quando cheguei ao governo, a indústria automobilística estava falida. Muita gente achava que deveria fechar. Mas não podia aceitar a perda de um milhão de empregos. Hoje, a GM está de volta".

Mais uma vez, o presidente desafiou a oposição a aprovar uma redução dos impostos sobre a folha de pagamento para estimular as empresas a criar mais empregos. Pediu também uma reforma fiscal no dia em que o candidato favorito da oposição, Mitt Romney revelou ganhar mais de US$ 20 bilhões por ano e pagar 15% de imposto de renda.

"Se alguém ganha mais de US$ 1 milhão por ano, deve pagar 30% de imposto de renda", argumentou, "e não menos do que sua secretária". O bilionário Warren Buffet escreveu artigo recente no jornal The New York Times dizendo que os ricos deveriam pagar mais impostos porque ele paga apenas 17% de sua renda, enquanto sua secretária paga 41%.

Outra promessa repetida foi trabalhar pela autossuficiência energética, cortando subsídios para as companhias de petróleo para investir em fontes alternativas para o futuro.

Em resposta, o governador de Indiana, Mitch Daniels, acusou o presidente de dividir o país entre pobres e ricos para mascarar seu fracasso: "Ele não é o responsável pela crise, mas foi eleito sob a promessa de resolver os problemas e não conseguiu".

Para o senador Jim deMint, um dos direitistas mais radicais do Congresso, "o presidente foi desonesto ao não reconhecer o péssimo Estado da União. Fala em criar empregos, mas impôs novas regulamentações que destroem empregos. Fala em autossuficiência energética, mas vetou a construção de um oleoduto".

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