Pelo sexto dia consecutivo, o mercado financeiro global operou em queda ontem, 8 de outubro de 2008, apesar da queda de juros coordenada dos principais bancos centrais do mundo, com a exceção do japonês, pratica uma taxa de juros de 0,5% e não tem como cortar mais.
Antes do corte de juros, as bolsas da Ásia desabaram. A Bolsa de Tóquio perdeu 9,36%, caindo ao nível mais baixo em cinco anos, com grandes perdas para fábricas de automóveis e outras empresas que dependem do mercado americano. Hong Kong teve perdas de 8,4%, enquanto a Bolsa de Jacarta, na Indonésia, interrompeu os negócios depois de cair 11%.
As duas bolsas de Moscou, na Rússia, também foram fechadas depois de quedas de mais de 10%. Só voltam a abrir na sexta-feira.
Na Europa, houve uma euforia inicial com o corte de juros. "Ele tem dois efeitos positivos", comentou Heike Jöbges, analista do Instituto de Política Macroeconômica de Düsseldord, na Alemanha: estimula a recuperação econômica e ajuda os bancos ao baixar o custo do dinheiro.
Logo as bolsas européis voltaram a cair, fechando com baixas entre 5% e 7,5%. Nova Iorque abriu em alta e ficou subindo e descendo durante todo o dia para, no final do pregão, ter uma forte queda e fechar com desvalorização média das 30 principais ações em 2%.
O problema central, observa o estrategista americano David Reilly, é que "os bancos não estão emprestando dinheiro uns aos outros. O mercado de dinheiro não está funcionando. Por isso, o banco central dos EUA começou a dar empréstimos diretamente a empresas, e sem garantias, o que nunca se tinha ouvido falar".
Ainda é fundamental sanear os balanços das instituições financeiras para que os mercados de crédito voltem a operar, acrescenta Reilly: "Quando os mercados de crédito voltarem a operar, em tese, o mercado de ações deve se estabilizar. Aí, vamos em frente".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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