A explosão de uma bomba em seu carro matou em Damasco, na Síria, nesta quarta-feira Imad Mughnia, o mais procurado dos comandantes da milícia fundamentalista libanesa Hesbolá, o Partido de Deus xiita.
Entre outros atentados terroristas, Mughnia era acusado de ser o responsável pela expulsão dos Estados Unidos do Líbano em 1983, acabando com uma intervenção militar na guerra civil libanesa ordenada pelo então presidente Ronald Reagan.
Um caminhão-bomba enviado por ele destruiu o quartel-general dos fuzileiros navais americanos em Beirute, matando 241 soldados americanos. Reagan chamou os sobreviventes de volta para casa.
Também atacou a Legião Estrangeira da França, matando 58 militares. E a França caiu fora.
Foi denunciado pela Argentina pelos atentados contra a embaixada israelense em Buenos Aires, matando 29 pessoas em 1992, e contra AMIA, a sociedade israelita argentina, que deixou 84 mortos, em 1994.
Seus partidários o descreveram como mártir e acusaram Israel. Em entrevista, um ex-diretor do Mossad, o serviço secretro israelense, que virou deputado declarou que esse é um bom dia para a humanidade.
As maiores suspeitas recaem sobre o Mossad. Mughnia estava na lista. Um dia foi encontrado e executado. O assassinato seletivo é uma das técnicas usadas por Israel na guerra contra seus inimigos árabes.
O assassinato político é uma das formas de terrorismo ou intimidação. As principais formas de ação terrorista são o assassinato seletivo, o seqüestro e a explosão de bombas, o assassinato em massa. Mas a questão central é a legitimidade do alvo.
Atacar o quartel-general de uma força de intervenção estrangeira pode ser considerado um ato de guerra legítimo, de autodefesa. Mas atentados contra transportes públicos, bares e restaurantes e quaisquer civis inocentes são claramente contrários a qualquer princípio de direito. É o terror.
Mughnia era um guerreiro feroz e morre como herói. Usava o terror como arma e ontem chegou sua vez.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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