O Federal Reserve Board (Fed), banco central dos Estados Unidos, deve cortar mais ainda sua taxa básica de juros, que já caiu de 5,25% para 3% ao ano.
Em depoimento nesta quarta-feira ao Congresso, o presidente do Fed, Ben Bernanke, admitiu que a maior economia do mundo se deteriorou ainda mais.
Ontem, o Departamento do Comércio revelou que as encomendas de bens duráveis à indústria caíram 5,3% em janeiro. É um sinal de que o setor manufatureiro pode estar em recessão (crescimento negativo).
O setor habitacional já está em recessão, com uma queda de 8,9% em média nos preços da casa própria.
Bernanke previu que o crescimento no primeiro semestre será medíocre. Deve haver queda no investimento em novos equipamentos e software. O desemprego tende a aumentar. Mas as exportações devem crescer e as empresas não-financeiras dos EUA estão em boas condições.
Há risco de que o desemprego e o mercado imobiliário tenham problemas ainda maiores do que previsto até agora.
"O crescimento só volta ao normal em 2010", que seria algo em torno de 3%, antecipou o presidente do Fed.
Apesar das más notícias, a Bolsa de Nova Iorque reagiu com a expectativa de mais cortes na taxa básica de juros e fechou praticamente estável.
O mercado aposta numa queda da taxa básica de 3% para 2%. Mas entende que há um limite a partir do qual juros baixos demais começarão a criar uma nova bolha.
Para os críticos do excessivo afrouxamento da política monetária, a crise gerada pelo não-pagamento de prestações da casa própria por tomadores de segunda linha, que tinham um histórico com problemas de crédito, só pode ser resolvida com um saneamento financeiro.
Só assim, os bancos e as instituições financeiras teriam condições de voltar a oferecer crédito em bases saudáveis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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